Excursão de Cabo Frio – CAp UFRJ
Palavras chave: saídas de campo, questões
socioambientais, parceria.
Público: alunos e alunas do 2º ano do Ensino Médio
Data: 23 de setembro de 2017
Local: Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(CAp-UFRJ); Cabo Frio
Descrição: Parte dos licenciandos de Ciências Biológicas da UFRJ de 2017, assim
como um estagiário do EAPEB, Paulo Mesquita, planejaram uma excursão de campo
para as turmas do 2º ano do ensino médio do CAp-UFRJ. Esse planejamento contou
com a orientação do professor de Biologia das turmas que, por meio de reuniões
semanais com o grupo, ajudou nas discussões e na organização de um roteiro para
a excursão.
O último trabalho de campo de 2017 com as turmas de 2º ano do ensino
médio do CAp-UFRJ foi realizado na cidade de Cabo Frio, nas praias de Peró e
das Conchas. Essas excursões de campo aproximam, na prática, aspectos
ecológicos e evolutivos da formação da biodiversidade do estado do Rio de
Janeiro com o conteúdo da disciplina e ampliam os horizontes de alunos criados
em ambientes urbanos. Nesta excursão, exploramos com os alunos os ambientes
semiaquáticos e aquáticos, buscando compreender sua formação, dinâmica e
biodiversidade, além da influência humana nestes ecossistemas.
A excursão foi planejada para acontecer durante a manhã e tarde e contou
com a presença das três turmas do 2º ano do Ensino Médio da escola. A primeira
atividade foi a prática de Geologia e Vida nos costões e contou com a presença
de todos os licenciandos, além do estagiário do EAPEB. Os alunos se dividiram
em sete grupos para discutir as adaptações dos mais variados organismos em cada
faixa do costão rochoso. Para as atividades seguintes, os grupos se revezaram nas práticas de
mergulho, fital (fauna habitante das algas), maré e socioambiental. As
interações e adaptações desses seres vivos, assim como as atividades propostas
para a discussão desse fatores e condições ambientais, podem ser encontradas no
roteiro utilizado na excursão, anexado no final do texto.
A atividade socioambiental foi realizada na restinga do Peró, onde os
alunos tinham uma ampla visualização dos empreendimentos próximos às praias e
também para que comparasse em termos de conservação e diversidade da fauna e
flora com a restinga de Jurubatiba, visitada em Macaé. Os alunos discutiram
como as políticas de incentivo ao turismo se sobrepõem a questões de identidade
cultural nessas regiões, tirando grande parte da população do seu local de
direito e deixando-a deslocada em seu próprio espaço. Além disso, discutiram como
os empreendimentos realizados na região (como resorts), ocupam até áreas de
preservação ambiental, levantando debates que expõem o conflito entre o turismo
e a preservação da biodiversidade local. Assim, eram questionados sobre como o
poder público deveria atuar na mediação do conflito entre o crescente turismo e
as atividades tradicionais como a pesca e o sal em Cabo Frio.
Resultados:
As atividades na excursão foram produtivas, visto
que os alunos participaram bastante, principalmente na prática socioambiental. Os alunos reconheceram a importância
dos ambientes aquáticos e semiaquáticos para a fauna e flora local. Além disso,
o contato mais íntimo com a natureza da região ilustrou muito do que é
discutido em sala de aula e pouco percebido em grandes metrópoles.
As discussões socioambientais foram proveitosas
tanto para os alunos quanto para uma licencianda que fazia dupla com um
estagiário do EAPEB. Os alunos reconheceram que a degradação ambiental que o
turismo predatório vem causando se relaciona a problemas histórico-político e
sociais da região. Durante a reunião de avaliação da excursão, uma licencianda
ressaltou que quando os alunos saíam da prática socioambiental, eles percebiam
o ambiente com outros olhos, discutindo sobre a relação da poluição e do
crescente turismo na região. Esses resultados reafirmam a importância da
presença do EAPEB nas excursões de campo.
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