Relato sobre a excursão de Jurubatiba – CAp UFRJ

Atividade: Relato sobre a excursão de Jurubatiba – CAp UFRJ

Palavras chave: Excursão; jurubatiba; questões socioambientais.

Público: alunos e alunas do 2º ano do Ensino Médio

Data: 08 de julho de 2018


Local: Colégio da Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CAp-UFRJ); Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba

Descrição: O estagiário do EAPEB, Paulo Mesquita, assim como os licenciandos de Ciências Biológicas da UFRJ de 2018, planejaram e realizaram sob a orientação dos professores de Biologia do CAp-UFRJ - Filipe e Franco, a confecção de um roteiro e as atividades na excursão ao Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba em Macaé. Essa excursão contou com a participação das três turmas do 2º ano do Ensino Médio da escola.

Os principais objetivos da excursão são: discutir com os alunos, a partir de um olhar crítico, às mudanças espaciais existentes nos parâmetros físico-químicos da paisagem da restinga e como isso selecionou diversas características peculiares de alguns animais e plantas para viverem nesse ambiente. Além disso, debater as questões socioambientais que envolvem o PARNA de Jurubatiba e a cidade de Macaé, entendendo que os impactos que o PARNA sofre estão atrelados a situação socioeconômica da cidade.

O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba foi criado em 1998 e possui uma extensão de 150 km2 (maior que a cidade de Niterói), com 44km de praia e 18 lagoas costeiras. Localiza-se ao longo do litoral nordeste do estado do Rio de Janeiro, abrangendo parte dos municípios de Macaé (1%), Carapebus (34%) e Quissamã (65%). Apesar de seu tamanho modesto, é o primeiro Parque Nacional do Brasil a compreender exclusivamente o ecossistema de restinga. Mais informações sobre o PARNA, como história, conservação e sua importância podem ser encontradas no site: http://www.icmbio.gov.br/parnajurubatiba/.

Na chegada ao PARNA os licenciandos e o estagiário do EAPEB separaram os alunos da três turmas em três grandes grupos para iniciar a primeira atividade da excursão que envolvia uma introdução. Realizamos um breve debate sobre geologia e história de formação das restingas, o histórico e a importância do parque e as questões socioambientais que envolvem o PARNA e a cidade de Macaé.  Para as atividades seguintes, os grupos se revezaram na praia, moita e lagoa e discutiram as diferentes adaptações dos organismos para viverem em ambientes típicos da restinga.

No debate socioambiental discutimos as consequências da instauração da indústria petrolífera em Macaé, que apesar de ter ajudado no crescimento econômico significativo para a cidade, proporcionou um crescimento demográfico acelerado. Durante a chegada ao parque, a ocupação desordenada do território, a  segregação socioespacial e os problemas da alta degradação ambiental estavam nítidas aos alunos. Além disso, foi evidenciado que a má gestão do lucro obtido com as atividades econômicas pode não ter sido retornado à população, além da queda do repasse dos royalties da extração do petróleo e do gás natural no mar em frente a Macaé por parte da Petrobras, contribuiu para esse quadro socioeconômico preocupante da cidade.

Uma das evidências da desigualdade social da cidade é a expansão da favela Lagomar que hoje ultrapassa a Zona de Amortecimento do PARNA de Jurubatiba. O ambiente de restinga é contrastado com um ambiente onde boa parte da população é carente de recursos básicos para uma boa qualidade de vida. Dessa maneira, é razoável dizer que os impactos que o PARNA de Jurubatiba sofre, estão intimamente ligados aos problemas socioeconômicos da cidade de Macaé.
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Resultados:
As atividades da excursão alcançaram seus objetivos. Boa parte dos alunos participaram dos debates, reconhecendo a importância do ambiente de restinga, assim como a necessária contextualização da sua preservação com políticas públicas que incluem mais investimentos em infraestrutura e em inclusão social. Além disso, o contato mais íntimo com a natureza da região ilustrou bastante muito do que é discutido em sala de aula e pouco percebido em grandes metrópoles.




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