Relato sobre a excursão de Jurubatiba – CAp UFRJ

Palavras chave: Jurubatiba, questões socioambientais, excursão

Público: alunos e alunas do 2º ano do Ensino Médio

Data: 02 de julho de 2017
Local: Colégio da Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CAp-UFRJ); Restinga de Jurubatiba

Descrição: Os licenciandos de Ciências Biológicas da UFRJ, assim como dois estagiários do EAPEB, Júlia Margarido e Paulo Mesquita, organizaram, com a orientação do professor Filipe, a elaboração de um roteiro e as atividades referentes a excursão da turma do segundo ano do ensino médio ao Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba é o único Parque Nacional do Brasil com o objetivo de proteger a área de restinga, o que mostra a importância do estudo e a preservação do mesmo. Informações importantes sobre o parque de jurubatiba, assim como curiosidades, podem ser encontradas no site: http://www.icmbio.gov.br/parnajurubatiba/guia-do-visitante.html. A excursão foi programada para acontecer durante a manhã e tarde e contou com a participação das três turmas do 2º ano do Ensino Médio da escola. Essas atividades visam complementar e ilustrar o conteúdo ministrado aos alunos, como os aspectos ecológicos e evolutivos da biodiversidade local, principalmente no ambiente de Mata Atlântica.

Na Restinga de Jurubatiba, os alunos foram separados em três grupos que se revezaram em atividades. Antes de começar foi feita uma breve introdução, na qual foram discutidas questões referentes ao histórico do parque, sua importância, relação com as unidades de conservação, os aspectos geomorfológicos da área de restinga, assim como as questões socioambientais referentes a Macaé, cidade visitada. Temas como o descarte de resíduos eletrônicos em Zonas de Amortecimento e consequências da contínua redução do repasse dos royalties da extração do petróleo e do gás natural no mar em frente a Macaé por parte da Petrobrás, foram alguns dos assuntos debatidos durante o primeiro momento da excursão. Para as atividades seguintes, os grupos se revezaram na lagoa, moita e praia e discutiram adaptações e interações que possuem os seres que vivem em ambientes típicos da restinga. As interações e adaptações desses seres vivos, assim como as atividades propostas para a discussão desse fatores e condições ambientais, podem ser encontradas no roteiro utilizado na excursão, anexado no final do texto.  

Para a discussão dos aspectos socioambientais da região, é imprescindível o debate sobre as consequências da instauração da indústria petrolífera em Macaé. Essa instalação, em 1978, apesar de ter gerado um crescimento econômico da cidade, trouxe uma grande demanda de serviços e produtos e, por consequência disso, a região sofreu um crescimento populacional muito exacerbado. Os resultados desse crescimento demográfico foram os processos desordenados de ocupação do território,  crescente segregação socioespacial e os problemas da alta degradação ambiental, que foram evidenciados pelos alunos até a chegada ao parque. Com isso, observamos que os problemas socioambientais da cidade de Macaé estão intrinsecamente relacionados aos impactos que o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba vem sofrendo.

Resultados:
As atividades na excursão se mostraram produtivas, uma vez que os alunos demonstraram bastante interesse durante as mesmas, além de preferirem muito mais uma aula de campo do que aquelas ministradas em sala de aula. Os alunos reconheceram a importância do ambiente de restinga depois que estudaram os diversos ecossistemas apresentados durante as atividades. Além disso, o contato mais íntimo com a natureza da região ilustrou bastante muito do que é discutido em sala de aula e pouco percebido em grandes metrópoles.  

As discussões socioambientais foram proveitosas, uma vez que os alunos reconheceram que os impactos que o Parque vem sofrendo, assim como os problemas do alto índice de violência e favelização de Macaé, se iniciaram com a crescente e acelerada urbanização do município a partir da década de 80. Em momento algum a população de Lagomar, região pobre e muito próxima ao parque, foi culpabilizada pela poluição na zona de amortecimento do parque. Os próprios alunos durante o debate defenderam que essa população faz parte da classe social mais afetada com os problemas socioambientais da região.




                            

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